quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Tema: S. Martinho (Teatro da Maria Castanha)


Teatro da História da Maria Castanha

 

Narrador 1: O céu estava cinzento e quase nunca aparecia o sol, mas enquanto não chovia os meninos iam brincar para o jardim.
Um jardim muito grande e bonito, com uma grade pintada de verde toda em volta, de modo que não havia perigo de os automóveis entrarem e atropelaremos meninos que corriam e brincavam à vontade, de muitas maneiras: uns andavam nos baloiços e nos escorregas, outros deitavam pão aos patos do lago, outros metiam os pés por entre as folhas secas e faziam-nas estalar – crac,crac – debaixo das botas, outros corriam de braços abertos atrás dos pombos, que se levantavam e fugiam, também de asas abertas.
(Os figurantes fazem os gestos durante a descrição)
Narrador 2: Era bom ir ao jardim. E mesmo sem haver sol, os meninos sentiam os pés quentinhos e ficavam com as bochechas encarnadas de tanto correr e saltar…
…Uma vez apareceu no jardim uma menina diferente: não tinha bochechas encarnadas, mas uma carinha redonda, castanha, com dois grandes olhos escuros e brilhantes.

 
Criança A- Como te chamas?
Maria Castanha- Maria. Às vezes chamam-me Maria Castanha .
Criança B- Que engraçado, Maria Castanha! …Queres brincar?
Maria Castanha – Quero!
 
Narrador 2: Foram brincar ao jogo do apanha… a  Maria Castanha corria mais do que todos.

Maria Castanha- Quem me apanha?... Ninguém me apanha!
Criança C- Ninguém apanha a Maria Castanha! (Chateado e cansado de correr atrás dela).
 
Narrador 2: Ela corria tanto... Corria tanto que nem viu o carrinho do vendedor de castanhas que estava à porta do jardim, e foi de encontro a ele.
Pimba! O saco das castanhas caiu e espalhou-as todas pelo chão.
A Maria Castanha caiu também e ficou sentada no meio das castanhas.
 
Vendedor de castanhas - Ah. Minha atrevida! ( gritou zangado)
Crianças todas- Foi sem querer… (explicaram os outros, que acabam de chegar atrás dela).
Maria Castanha- Eu ajudo a apanhar tudo… ( de joelhos a apanhar as castanhas caídas).
Narrador 2: E os outros ajudaram também…(aguardar que apanhem as castanhas) …Pronto! Ficaram as castanhas apanhadas num instante.
 
Vendedor de castanhas - onde estão os teus pais?
Maria Castanha- Foram à procura de emprego.
Vendedor de castanhas - E tu?
Maria Castanha- Vinha à procura de amigos.
Crianças todas - Já encontraste: nós somos teus amigos!
Vendedor de castanhas – E eu também sou.
 
Narrador 2: E pôs as mãos nos cabelos da Maria Castanha, que eram frisados e fofinhos como a lã dos carneirinhos novos.
 
Vendedor de castanhas - Quando os amigos se encontram é costume fazer uma festa. Vamos fazer uma festa de castanhas… Gostam de castanhas?
Crianças todas -   Gostamos! Gostamos! – gritaram os meninos.
Maria Castanha-   Não sei. Nunca comi castanhas, na minha terra não há .
Vendedor de castanhas - Pois vais saber como é bom.
 
Narrador 2: E o vendedor deitou castanhas e sal dentro do assador e pô-lo em cima do lume…Dali a pouco as castanhas estalavam… Tau! Tau! (som feito com tiro de pistola de brincar ou balões).
Maria Castanha- Ai, são tiros?
Narrador 2: Assustou-se a Maria Castanha, porque vinha de uma terra onde havia guerra.
Vendedor de castanhas - Não tenhas medo. São castanhas a estalar com o calor.
Narrador 2: Do assador subiu um fumozinho azul-claro a cheirar bem.
E azuis eram agora as castanhas assadas e muito quentes que o vendedor deu à Maria Castanha e aos seus amigos.
Maria Castanha - É bom é !
Vendedor de castanhas -Se me queres ajudar podes comer castanhas todos os dias. …Sabes fazer cartuchos de papel?
Narrador 2: A Maria Castanha não sabia mas aprendeu…
Narrador 1: Agora é ela quem enrola o papel de jornal para fazer os cartuchinhos onde o vendedor mete as castanhas que vende aos fregueses à porta do jardim.
 
 
 
(d.p. 07-11-2012) Adaptação feita por Cármen Reis.
Nota: Esta história poderá ser dramatizada com crianças ou mesmo com fantoches e marionetas. 

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